Buenos Aires

Buenos Aires

Serão 20 dias de viagem. Iremos à Argentina e Chile, especialmente para conhecer a enologia desses dois países. Escolhemos este roteiro porque nossa filha tem um intervalo de 15 dias e irá nos encontrar em Santiago. Como a viagem entre Buenos Aires e Santiago é de apenas aproximadamente três horas, fica mais fácil e tranquilo. Para animar a viagem, convidamos a Fernanda Galvão para ir conosco.

A princípio, iríamos direto para Mendonza. Pegaríamos um carro e devolveríamos no Chile. Isso é totalmente inviável, pois as taxas de retorno dos carros no Chile são abusivas. Com o alto valor, chegamos a pensar em enviar um de nossos carros para o Chile, pois seria mais barato, mas a burocracia impediu de concretizar essa opção.
Depois de muita pesquisa, resolvemos fazer escala em Buenos Aires, passar o Réveillon e seguir viagem. Pegaremos o carro em Santiago e devolvemos em Santiago. Por esse motivo, o roteiro foi pensado de forma que desceremos e subiremos de carros, passando em muitas cidades, algumas mais de uma vez.

Nesta viagem pegaremos calor e frio, mas para fazer a mala foi tranquilo. Viajaremos de econômica, pois não vale pagar por uma classe superior num voo de três horas. O permitido é 23 quilos por mala e uma por pessoa. Podemos trazer 12 garrafas de vinho por pessoa. Caso o peso exceda, vale a pena pagar o peso extra. Vale a pena solicitar o “Acento Plus” para o voo. Isto precisa ser no embarque. Não esqueça! O embarque dá-se no terminal 3 e as salas VIPs dos cartões estão no terminal 2. Logo, você poderá provar o Chai do Starbucks, que adoro.

A única programação que temos na Argentina é cortar os cabelos. No geral, os argentinos são especialistas em cortes em camadas. A moda agora é cabelo comprido e franja. Não quero nem um nem outro. A questão era onde cortar?
Enviei uma mensagem para o nosso cabeleireiro, TBAC, que está no sul do Brasil. Há algum tempo, minha filha foi à Argentina fazer um documentário sobre sua vida. Depois de alguns anos, cortamos os cabelos em São Paulo com ele, e agora, com a ajuda do Facebook vamos repetir a sessão. Bem bacana isso. Hoje você nem sabe onde a pessoa está e se comunica em poucos minutos.

Para me garantir caso este encontro não der certo, pesquisei junto às blogueiras do assunto e descobri coisas interessantes como o salão Roho Peluqueria (rua Calle Malabia, 1931) – a dois minutos da Plaza Armenia. É um salão descolado, habitado por gente moderna e divertida. A decoração é supermoderna com iluminação de boate.
Há também o La Ludica, Che Boluda e o salão do Fernando Moliner, ele é divino e sabe do assunto!
Descobri o vocabulário dos salões de cabeleireiro: Cerini (clássico); Roho (fashion); Brushing (escova); Planchita (chapinha); Baño de crema (hidratação e banho de creme); Lavado (lavar os cabelos); Color (fazer tintura, pintar o cabelo); Reflejos/mechitas (mechas, luzes); Peinado (penteado mais elaborado).

Dica: Para conversar nos salões:
– Oi, quero marcar um horário para cortar o cabelo com o Fernando!
– Hola, para marcar un turno con Fernando? Es para cortar el pelo!

Adoro essas experiências, afinal, cabelos crescem e o conhecimento também. Somente participando do cotidiano, você conhece a vida dos povos dos outros países.

Nesta manhã, sai sozinha porque o Wilson resolveu curtir o calor de 38 graus na piscina do hotel. Fui caminhar com destino à Livraria Ateneo.
No caminho parei na Igreja San Nicolau de Bari, maravilhosa .

Café literário Clásica y Moderna situada na Avenida Callao e Paraguay

Para os bons leitores este é o lugar, o único que concentra arte, cultura, história, jazz e criatividade tudo num prédio de 1919, onde era o teatro Grand Splendid. O imóvel foi construído pelo austríaco Max Glücksmann, ex-dono da gravadora Nacional-Odeon, que lançou o ídolo, Carlos Gardel. O palco do teatro virou café e os camarotes, salas privadas de leitura.

Em 2000, o Teatro Grand Splendid foi transformado e essa mudança causou muitas polêmicas. Mas hoje, a livraria realiza exposições e continua a vender cultura sem qualquer discussão. A vontade é passar o dia por aqui, porque lugares como este atraem pessoas com a mesma sensibilidade e alguns turistas, é claro. A Ateneo tem também unidade na Flórida. Vale a pena visitá-las.


A livraria está rua Santa Fé, uma artéria da cidade. De lá, fui caminhando até a Recoleta, região charmosa, arborizada e com comércio sofisticado.
Ao lado do cemitério da Recoleta está a Basílica Nuestra Señora del Pilar. Vale a pena uma visita para conhecer um pouco da arquitetura colonial e das obras de arte barroca, como o Altar Maior e a imagem da Virgem del Pilar.
argentina5

A denominação Recoleta vem dos padres franciscanos: No início do século 18, depois de muitas trocas de terras e de proprietários, um dos lotes foi doado aos padres Recoletos Descalços da Congregação Franciscana. Foi erguida a Igreja Nuestra Señora del Pilar, porém os padres franciscanos foram expulsos e com isso, a igreja ficou fechada. Em 1936, o Papa Pio 11, elevou à categoria de Basílica.
Nesse período, surgiu no antigo jardim da Igreja, o cemitério da Recoleta. O cemitério é ponto de visitação pela sua qualidade arquitetônica artística. É uma verdadeira aula de arquitetura. Em 1942, foi declarado monumento histórico nacional. Lá estão enterradas personalidades importantes da Argentina, inclusive Evita Peron. Sua tumba é identificada como “família Duarte”.
recoleta

Voltando para o hotel pela rua Auvear, passando pelo Hotel Alvear, no edifício nobre, encontrei uma senhora americana perdida, perguntando sobre o local do Hotel Four Seasons. Como era meu caminho e eu havia passado por lá, levei-a até o hotel, que fica ao lado da embaixada do Brasil, em frente à praça Pellegrini. Essa área das embaixadas é muito bonita e está ao lado da av. 9 de Julho, uma das maiores do mundo. No Fours Seasons está um dos melhores restaurantes de Buenos Aires.
hotel_alvear1

SPA
Cheguei muito cansada e fui direto ao Spa. Depois de um cochilo, eu e o Wilson fomos a pé ao restaurante El Sud do Hotel Sofitel, onde o chefe Olivier Falche inova a cada semana, com sabores que valem a pena experimentar. Sabe aquele jantar que, em cada garfada, você tem um delírio? Pois é exatamente assim.

ARQUITETURA
Aos arquitetos e amantes da paisagem urbana, Buenos Aires pode lhe proporcionar viagens às arquiteturas e estilos francês, espanhol, neoclássico e racionalista.
Relaciono aqui alguns edifícios que servem como exemplo: Teatro Colón, Palácio das Águas Correntes, Igreja do Pilar, Catedral Metropolitana, Casa Rosada e Congresso Nacional. Modernistas, como o Yacht Club Argentino, o Palácio Barolo, primeiro arranha-céu inspirado na Divina Comédia, e Costaneira Sul, antiga cervejaria Munich, hoje Direção de Museus da Cidade e sede do Museu do Humor. De influência francesa, como o Círculo Militar, a Chancelaria e os hotéis da avenida Alvear. A arquitetura contemporânea tem excelentes representantes em obras como o magnífico Teatro San Martín da avenida Corrientes, o edifício Los Eucaliptos e o Somisa, no bairro de Belgrano. Também existem construções que tornaram o concreto armado em verdadeiras obras de arte, como as experiências do arquiteto Clorindo, Testa do ex-banco de Londres, a Biblioteca Nacional e o Museu Xul Solar. Além disso, existem esplêndidas torres de apartamentos: o Edifício República da Praça Roma, o edifício Conurban e a Torre YPF, em Puerto Madero, “casas chorizo” (casas com estilo colonial com um pátio central onde desembocam todos os ambientes), de porte italiano, distribuídas por todos os bairros da cidade.
O edifício Kavanagh, um dos primeiros arranha-céus do mundo, localizado nas imediações da Plaza San Martín. Já a Recoleta, se caracteriza por seus prédios de esquinas curvadas com terraços abertos e mármores requintadamente austeros e portais. Sem dúvida a arquitetura torna Buenos Aires uma cidade rica e atraente, valorizada pela tamanha beleza.

Fomos até Puerto Madero, o mais novo bairro da cidade. Um bairro sofisticado e elegante. Muito visitado pelos turistas. Foi reurbanizado nos anos 90 e hoje é considerado sofisticado devido às muitas galerias de arte e os bares de designers situados em pleno centro e de frente para o rio La Plata.

Como é verão e escurece muito tarde, andamos na beira do antigo porto à frente da Ponte da Mulher, do arquiteto valenciano Calatrava, que adoro. Ao chegar numa cidade e ver uma ponte feita por ele é realmente um deleite.
Às margens do canal, há centenas de restaurantes. Escolhemos o Restaurante Bahia. Nada de diferente: carne boa e bom serviço. E falando em carne, você já se perguntou por que a carne argentina é tão gostosa? A resposta é: a raça dos animais, modo de criar, a geografia dos terrenos, alimentação e genética diferente dos nelores que temos no Brasil.

ÔNIBUS E CARNES

As carnes “ancho”, além dos cortes especiais, a gordura encontra-se marmorizado entre a carne, deixando-a mais macia e saborosa, ao contrário da raça nelore na qual a gordura está sobre a carne como uma capa.
Um passeio que vale a pena.
Finalmente caiu uma chuva, bem às vésperas do primeiro dia de 2015. A temperatura que estava em 36 graus cai para 20.
Havia programado pegar um táxi e fazer os pontos históricos, Mudamos de planos e fomos de ônibus turístico, aquele que recomendo ao chegar numa alguma cidade. No geral, dá para ter uma visão rápida e resumida como é o local. Depois, tudo fica mais fácil.
Aqui vai um fato até engraçado: paramos no ponto e monitora, que deveria estar preparada para receber turistas, estava mal humorada e respondeu às perguntas de dos turistas de uma só forma: – Entra quem quer. Hoje é dia de festa e não de passear.
Só rindo mesmo!
Recusei-me a entrar neste ônibus e esperei o seguinte, afinal passam de 20 em 20 minutos.

TANGOS

O passeio foi muito agradável ao som de tangos. Tivemos uma ideia da Cidade e seus monumentos, que são lindos. Compreendemos coisas interessantes como a importância de Carlos Gardel em vários setores da sociedade de Buenos Aires como Hipódromo, museus e, lógico, na música. Soubemos que o padroeiro da Cidade é San Martin e que a flor vermelha das árvores da av. 9 de Julho tornou-se símbolo da cidade. Vimos também a embaixada francesa é um ícone da arquitetura da Belle Époque e aprendi que o Bairro de Palermo conta com duas versões para seu nome: uma diz que toda a área era de propriedade de Juan Domingues Palermo e a outra versão vem da história dos negros. O bairro de Las Canitãs hoje é um centro gastronômico importante.
Passamos pela Praça de Maio, fundada em 11 de junho de 1580. É um grande centro político e local de manifestos por estar em frente à Casa Rosada, cujo edifício é assimétrico, já que eram dois que foram juntados. O motivo de ser rosa tem duas versões: a primeira, política, porque a cor é resultado da mistura da cal branco, dos Humanitários, e vermelho, dos Federais. A segunda hipótese é devido a cor do Rosa Colonial derivado da cal com sebo animal. Passamos a noite no mesmo local e a Casa Rosada estava iluminada com luzes rosa. Não gostei.
Passamos pelo maravilhoso edifício do Congresso construído numa arquitetura eclética racionalista. Descemos para o sul, onde iniciou a popularização da cidade no século 19. Com moradores portuários, é no Bairro La Boca que está a raiz do futebol, e o clube. Tudo aqui respira e transpira futebol. Achei interessante saber que as cores da bandeira era um dilema, com isso, resolveram que as cores do clube seria a do primeiro navio a aportar em Buenos Aires. Foi um navio sueco com a cor amarela.

As casas no bairro, hoje, turístico são feitas em telhas de zinco e bem coloridas, já que os moradores aproveitavam os restos de tintas que usavam nos navios e, depois artistas plásticos foram conduzindo o colorido do bairro.
Nosso ônibus parou numa esquina para a pausa e fomos a um pequeno bar. O atendimento mal humorado do argentino é compreensível, pois eles são desta maneira naturalmente, mas no final tudo termina com festa e abraços. Estávamos com fome e o que tinha era um enroladinho quente de massa com presunto e salsichas com vinho. Esse foi nosso almoço e estava muito bom. Continuamos o passeio.

É no sul que está o novo centro cultural construído na usina de luz. Mais ao sul chegamos ao ponto exato da chegada da imigração ribeira, junto chegou o tango Andaluz, o candomblé e outras culturas que se misturaram e não foram aceitas até o século 20. Foi no século 21 que o tango transformou-se em patrimônio da Unesco. Aqui vemos que ele não é apenas consagrado, mas também ensinado e cultivado entre os argentinos. Vemos na TV aulas de tango e concertos maravilhosos, me fez lembrar-se do meu pai que me deu uma base na qual o tango se fazia presente tanto na música como na dança. Já o Bairro de San Telmo teve início com a chegada de Dom Pedro de Mendonza, com seu primeiro assentamento. E assim passamos um dia muito agradável ao som de tango. Para não perder o embalo, o Wilson marcou um jantar com tango para o Réveillon.

Reveillon e Tango
Havíamos combinado passar o Réveillon no hotel, compraríamos coisinhas para um piquenique e ficaríamos no último andar que tem vista para a cidade. Acho as festas de Réveillon um pouco chatas, mas o Wilson me fez uma surpresa: comprou um jantar com tango na casa de show “Piazzola” que amo.

Astor Piazzola revolucionou o tango argentino, inclusive sua música não era reconhecida como tango. Ele morava com a família nos Estados Unidos, e em Nova York conheceu Carlos Gardel, que participava das filmagens de “El dia que me quieras”, onde atuou como garoto entregador de jornais. Como conviveu com jazz levou o ritmo para o tango, inovando e seus consideravam a música o retrato de Buenos Aires. Fez sucesso nos anos 60 e, desde então, suas músicas embalam muitos casais.

O Teatro Piazzola tem seu charme: é pequeno, com arquitetura e decoração clássicas, com ornamentos dourados, cortinas vermelhas e pinturas de fotos de Piazzola. O show acompanha jantar, e como toda casa turística, a comida e o serviço deixam a desejar, apesar de não ser das piores. O público desta noite é 100% brasileiro, aliás, não encontrei argentinos somente conterrâneos. O show foi de alta qualidade, tanto em relação aos bailarinos quanto ao figurino. Sentamos ao lado de um jovem casal que estava na cidade pela primeira vez e conhecendo o tango.
REVEILLON1
REVEILLON

COMÉRCIO
Após apresentação conduziram-nos a uma sala onde tinha panetones, castanhas e bebida à vontade. Achamos melhor voltar ao hotel, e a pé. Com isso pude confirmar que os passeios na madrugada são maravilhosos, já que não tem ninguém para atrapalhar a visão da cidade do jeito que ela é. Fiz um passeio assim em Marrakesh e adorei.
No hotel, pegamos um champanhe no frigobar e subimos para o último andar e vimos os fogos de artifícios. Depois que terminaram os estouros fomos deitar. Pelo whatsapp, acompanhei as festas no Hotel Fazenda Foz do Marinheiro, que foram lindas. O buffet era farto como jamais vi.
Buenos Aires, ao contrário do que imaginei, nesta época não tem enfeites de Natal. Somente a rua Flórida que tem alguma coisinha, mas muito pobre e sem graça. Alias achei o comércio bem popular e nada atrativo em Buenos Aires.

01/01/2015.
Após o café, percebemos que muitos lugares estavam fechados, mas não tínhamos ideia que tudo na cidade estava fechado. Ficamos um pouco no hall do hotel e nos divertimos vendo as pessoas saírem com trajes turísticos como bermudas, camisetas e sandálias e voltavam rapidinho para se trocarem, pois fora do hotel estava um vento gelado de inverno. Com mais roupas elas saiam e também rápido voltavam porque tudo estava fechado.
Tentamos ir ao Bar Tortoni, o primeiro da cidade, mas também estava fechado. Tentamos encontrar um local para almoçar, tanto em bons hotéis e restaurantes, até que consegui uma reserva no Alvear Palace, “irmão mais rico” do Alvear Art, onde estamos. Foi um sucesso com “buffet do chef” com tudo incluso, inclusive vinhos e champanhes. O hotel é maravilhoso em tudo, tanto nos serviços quanto na decoração. Passamos um bom dia.
Voltamos e ficamos no apartamento, mesmo porque não tinha nada a fazer. Isso também aconteceu na Suíça. Sai para comprar pão e achei que a população havia sumido e que eu estava numa cidade fantasma.

02/01/15
O dia é de sol, mas fresco. Pegamos um táxi e fomos para San Telmo, onde acontecem, desde 1970, as feirinhas de antiguidade. Aos sábados e domingos na Plaza Dorrego donos de barracas tiram do fundo do baú um arsenal de antiguidades, quinquilharias e badulaques de encher os olhos e o coração de saudade. Saiba comprar, pois fica confuso saber o que é antiguidade ou velharia. Não se esqueça de pechinchar.
O bairro é interessante apenas aos sábados e domingos. Andando pelas ruas paralelas à praça, se tem uma visão da arquitetura do início da cidade. Encontram-se casas típicas com seus terraços internos, hoje transformadas em pequenos cafés, bares, restaurantes e hotéis charmosos, considerados pequenos museus.
Em San Telmo está o Mercado Municipal, que adoro visitar, por ser sempre o grande maestro da história das localidades. É uma mistura total: bancas de frutas, quinquilharias de todos os tipos, bonecas, bolsas, roupas, sapatos, joias, etc.

COLEÇÃO DE XÍCARAS

Faço coleção de xícaras e, em toda viagem, compro conjunto de porcelana feito no país. Desta vez foi de café dos anos 45 e 50. E, em outra completei com os pratos de sobremesas e xícara de chá. Preciso pesquisar as flores e a cor usadas na porcelana naquela época.
Andar pelo bairro é muito interessante especialmente no meio de semana, já que dá para ver como o cotidiano das pessoas. Por indicação de uma senhora de um antiquário fomos almoçar no Amici Miei Ristorante, do chef especialista em gastronomia mediterrânea e que uma vez por ano é convidado para uma temporada em Punta Del Este no Restaurante Conrad. O ambiente é comum, a comida é deliciosa e a vista para a praça é deslumbrante

Voltamos de taxi, já que, finalmente, o TBAC, cabelereiro, iria me encontrar às 16h no hotel. Paramos no Café Tortone, aquele que já tentamos ir e estava fechado, o mais antigo da cidade e nos deparamos com uma enorme fila com espera de 50 minutos. Pedi ao senhor que orientava a entrava e ele deixou entrar para uma foto rápida. Realmente é maravilhoso.
Saímos e tomamos nosso café no Café London. Acho que fizemos o melhor, pois o Tortone hoje é para turistas e no London, conseguimos chegar num horário onde tivemos a impressão de estar no século passado, com os idosos chegando para totalmente vestidos com trajes chiquérrimos. Eles mantêm sua tradição: às 17h o chá da tarde e o jornal. Adoramos essa experiência.


O TBAC Santiago chegou. Subimos para o apartamento e tivemos um final de tarde delicioso. Fizemos uma pequena filmagem do corte do cabelo que será publicada em seu canal no Youtube. Ele oferece cursos de cortes sobre as mãos, técnica exclusiva e diferenciada. Está voltando para a Argentina onde irá se estabelecer em Tigre, província de Buenos Aires.
Em seguida, fizemos uma massagem californiana no Spa do Hotel e fomos jantar no restaurante. A massagem californiana caracteriza-se pela pressão das mãos em todo o corpo sem parar de tocá-lo. É deliciosa e aqui os preços são bons. Há Spas pela cidade que oferecem este tipo de tratamento bem mais barato que os hotéis.
O La Cruzes, em Palermo Soho. O local é uma concentração de boates, bares badalados e restaurantes da moda. Ufa! Finalmente estamos num local onde é frequentado por argentinos e por turistas também.
iphone 6 231

03/01/15
Hoje tivemos uma surpresa agradável. Aconteceu em Buenos Aires a largada do Rali Paris Dakar. O local também será o ponto de chegada para os competidores no dia 17 de janeiro. A cidade inteira parada, tudo fechado e sem táxi. A av. 9 de Julho fica fechada e ninguém consegue ir para o outro lado da cidade. Porém, conseguimos um táxi para um passeio por Palermo, onde a arquitetura é linda dos casarões e de alguns grandes edifícios. O bairro tem características diferenciadas:
Palermo Chico ou Barrio Parque: É a área mais nobre do bairro. Apresenta mansões e residências de alto padrão, onde vive parte da classe-alta portenha.
Palermo Viejo: É a área mais antiga do bairro, onde viveram Jorge Luis Borges e Che Guevara. Historicamente foi uma área residencial popular. Abrigou muitos imigrantes vindos da Polônia, Armênia, Ucrânia e do Líbano. Porém, as tradições das famílias espanholas e italianas existentes a mais tempo na região, são refletidas nos restaurantes locais, igrejas, escolas e centros culturais.
Palermo Soho: É uma pequena área de Palermo Viejo próxima à Plaza Serrano (oficialmente Plazoleta Cortázar). Abriga escritórios e lojas de moda e design, restaurantes, bares e cultura de rua.
Palermo Hollywood: Surgiu em meados dos anos 1990 devido à grande quantidade de produtoras de TV, cinema e rádio instaladas em uma pequena região de Palermo Viejo. Atualmente, ele é mais conhecido pela concentração de restaurantes, discotecas, cafés e sua ativa vida noturna.
Las Cañitas: No início do século 20 era reduto de cortiços, mas passou por tranformação e desde então se tornou uma área de luxo. Apresenta diversos arranha-céus, restaurantes e bares, localizados ao lado do Campo de Pólo Argentino.
Villa Freud: Localizada no em torno de Plaza Güemes, é uma zona residencial conhecida pela sua alta concentração de moradores psicólogos e psiquiatras, daí o seu nome que homenageia o fundador da psicanálise, Sigmund Freud.
Voltamos e paramos na av. 9 de Julho para ver a passagem dos carros do rali e comer algo leve até chegar a hora de ir para o aeroporto rumo a Mendonza, onde nos encontraremos com a Rafaela e a Fernanda para viajarmos juntos.

rally

HOTEL ALVEAR

O Hotel Alvear é muito bem localizado, possibilitando ir a pé a vários pontos da cidade. O prédio moderno e bem decorado. O Spa bonito e confortável com boa massagem e saunas e tem personal para academia. Os apartamentos amplos e confortáveis. O problema está no atendimento do restaurante e da recepção. São duas pessoas para atender e não dão conta dos atendimentos. No primeiro dia do ano, ficamos quase loucos porque não tivemos camareiras e nem atendimentos. Foi uma pena!

Print Friendly, PDF & Email