Palermo

De Milão a Palermo a viagem foi pela empresa aérea Luftansa. A bagagem extra é cobrada por mala e não por quilo, o que facilita e barateia muito.
Palermo está situado na ilha da Sicília, no Mar Mediterrâneo, entre a Europa e a África. Refletem em sua arquitetura, cultura, língua e gastronomia as diversas marcas de civilizações passadas. Estiveram gregos que assumiram o comando da ilha no século 3 a.C e deixaram inúmeros monumentos durante os séculos 5 e 6, período que não havia diferença entre Atenas e Sicília.

Os árabes também governaram a ilha deixando marca inconfundível na arquitetura e botânica. “Dizem que as tamareiras, que são muitas, que enfeitam as cidades até hoje foram trazidas pelos árabes”.

A época Normanda inicia-se em 1601 e deixa as catedrais de Monreal e Cefalú. Impressionantemente, a riqueza dos mosaicos bizantinos dessas obras está intacta e perfeita, o estado de conservação é importante para o estudo arquitetônico, histórico da arte e da obra bizantina.
Com essas obras, a cidade conserva as características italianas com ruelas, casas geminadas e pequenos balcões que servem tanto para secagem das roupas, como para a leitura de um livro ou jornal e para aproveitar o sol do verão.

A Sicília é uma ilha com uma concentração visível de idosos, mas é normal ver mães e pais cheios de filhos se dividindo entre as tarefas com as crianças, claro, todos falando alto e com total atenção às crianças, principalmente nesse período de verão. O calor é intenso e as pequenas praias estão sempre lotadas. Após a saída dos alunos das escolas se vê grupos de crianças indo sozinhos em direção às praias que não oferecem perigo.

Passando pela cidade, notam-se locais enfeitados com bandeirinhas e luzinhas. Como a religião católica é enraizada na vida dos sicilianos, nas sextas e sábados têm festa em algum bairro para festejar alguma santa protetora do pequeno local, onde tem música, comida e muito vinho. Tudo é festa por aqui.
Subindo para Monreale, ao lado de Palermo, vemos a beleza da vista da Conca D’ Ouro, chamada assim porque este vale era de grande produção de limão e laranja e quando se via o amarelo das frutas dava a impressão da cor do ouro. Além de ser a riqueza do local, hoje o vale já está habitado e há apenas algumas casas (Aqui chamas de VILAS) que conservam seus pomares.

Palermo está protegida dos ventos, do frio e das tempestades pelas montanhas de pedras que a circundam.
Monreal, fundada em 1172 pelo rei normado Guilherme II, ao lado de um mosteiro beneditino que hoje abre uma ala aos artistas locais para expor suas obras. A Catedral reluz a magnitude dos mosaicos bizantinos.
Visitamos as criptas que não constam em guias, mas vale a pena conhecer. É um cemitério onde ainda hoje existe centenas de múmias de pessoas da alta classe social, separado por setores: homens, mulheres casadas, virgens e crianças. Esse hábito começou com a morte de uma criança, filha de um médico da cidade que não conseguiu curá-la e resolveu mumificá-la para que a mãe pudesse visitá-la. As imagens são impressionantes, mas não as publicarei, pois não tive autorização.

Voltando a Palermo, visitamos os mercados onde se encontra de tudo. Desde frutas, vinhos, cereais, roupas até antiguidades. A cidade, de modo geral, é tranqüila. O comércio que não oferece grandes compras, abre as 10h, fecha às 14h para a cesta, reabre às 16h e fecha às 20h, ainda de dia, no verão. O perigo em Palermo vem das motos que transitam em alta velocidade e com insegurança.
O hotel onde ficamos, Villa Igiea, Hilton Palermo, foi uma enorme vila de um exportador de vinho. Está localizado ao lado do porto e em frente à marina que o fundador construiu para sair com seus barcos de lazer. Nossa suíte era de frente à marina, com uma vista maravilhosa. No início da tarde, o piano inicia sua parada até as 22h. Um verdadeiro sonho.
Fizemos o jantar no próprio hotel e, acredito ter sido a melhor pedida, e ai nos surpreendemos com a delicia das uvas Nero D”avola, da vinícola Dona Fugata: forte, marcante e especial.

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