Jaipur
Chegamos a Jaipur próximo das 15h, bem cansadas. Visitamos o Red Forte e as construções que parecem uma renda. Imagina que já em 1727 Jaipur foi planejada e cercada com uma enorme muralha para ser a segunda capital projetada por Jai Singh. Demos muitas risadas, pois ver elefantes, camelos, motos, tuc tuc, carro e muita gente disputando o mesmo espaço é realmente muito estranho para a gente. Valeu por esses momentos tão especiais.
Fomos direto ao Hawa Mahal, palácio feito de arenito rosa com sua muralha. De lá as mulheres do harem viam os acontecimentos da cidade sem serem notadas.
Hoje a cidade conta com o maior centro de artesanato da Índia, que ficamos na vontade ver e comprar, mas uma viagem com um swami não permite esses abusos. Nada de compras e lojinhas.
Passamos atrás do castelo para ver a fachada que parece uma renda.
Almoçamos (sem talheres e com as mãos) em um hotel simples da cidade e partimos para Agra. A viagem parecia não ter fim, vimos de tudo: gente que mora a beira das estradas, pessoas de camelo, indianos apinhados sobre um Tuc Tuc indo para casa, carros que cortam a rodovia, e até nosso motorista que parou no meio da estrada e falou que ia ao toalete. Olhamos e não vimos nada, somente ele levantar atrás do carro, entrar e dizer pronto, podemos ir. Tudo muito natural na Índia.
De repente, o swami começou a entrar em umas vilas, que acredito só existirem lá, e estava à procura de algo, depois de tanto estar aqui e ali soubemos que ele procurava um lugar para comprarmos pulseiras para o pé, as originais. Como já era noite tudo estava fechado, quando de repente ele vê uma multidão e pede para descermos. Era tanta gente que eu tinha a impressão de estar entrando em uma festa de peão do interior de São Paulo. Todos usavam Sári e nos esmagavam contra um portão. A felicidade do swami estava estampada em seu rosto. Eu e minha filha nos olhávamos, sem entender nada.
Compramos as oferendas (meu dinheiro ia todo em oferendas), pois nada poderia fazer a não ser pagar e fazer pedido de agradecimentos a todos os Deuses, e éramos empurrados pela multidão. Outra fila que o swami queria entrar era para pegar a comida do Templo que, para eles, é muito importante. Tentamos saborear, mas confesso que esse momento foi difícil.
Encontramos as tais pulseiras e fomos separando uma para cada pessoa que queríamos presentear. Quando o vendedor falou o preço, consideramos barato e compramos mais. Fomos pagar e o total deu 500 dólares. Era tudo que tínhamos na bolsa. Ficamos muito bravas, mas não poderíamos devolver. Enfim, foi tudo que compramos. Valeu para ficarmos mais espertas.
Seguimos para Agra às 20h da noite. O trânsito era intenso, pois havia a festa da Lua Preta, que na verdade é Lua Cheia. Chegamos as 23h30, mortas de cansaço. Ficamos hospedados no The Taj Mahal Hotel, mas devido a hora, tinha somente o recepcionista e uma moça que nos ofereceram uma sopa e nos levaram ao apartamento, que era um verdadeiro luxo. Olhando de cima, víamos toda a área do hotel, circundada por uma floresta, com muita água e lugares prives para passar o dia.
Dormimos e no dia seguinte, às 8h, fomos os primeiros a tomar café e o Atma participou dele. A companhia dele era muito interessante, pois durante toda a viagem ia passando, para nós, conhecimentos e filosofias.
Hóspedes do Taj têm alguma prioridade no monumento, como transporte por carrinho de golfe, mas era tão perto que fomos a pé. Pegamos um guia local, conforme fazemos sempre. O monumento vale a pena, pois é maravilhoso em cada detalhe. La soubemos que deveria ter outro Taj igual em mármore negro, um para a esposa e um para o marido, mas o filho não deixou que o projeto seguisse. Com isso, perdemos mais uma beleza de monumento.
Saímos direto para Delhi, com uma demora de 8 horas de viagens para fazer 250 km. Um porre, se não fosse Atma a nos contar histórias, mas ele também estava cansado.
Chegamos ao Hotel para uma noite. Estávamos conhecendo o Hotel junto à simpatia do recepcionista e quase arriscando um jantar de luxo, quando vimos o swami, que havia voltado à nossa procura e, muito nervoso, pedia para que fossemos rápidos, pois éramos convidados para um jantar na casa de uns amigos. Apesar de ser meia noite e de querermos uma cama para dormir, fomos lá.
Chegamos à casa do casal, que demoraram abrir a porta e estavam de pijamas. Meio dormindo foram extremamente simpáticos. Os dois nos mostraram os filhos que estavam esperando até a pouco para nos conhecer e fui para a cozinha. Como havia aprendido a lição, fiquei quietinha em meu lugar. Fizeram um super jantar para a gente e saímos de lá quase 2h da madrugada.
Voltamos para o nosso Hotel. O apartamento era um luxo que muita gente não tem. Pena que logo cedo saímos, pois tínhamos voo a Varanasi.
Falavam tanto dos aeroportos indianos, mas estão modernos, grandes e com serviço impecável. Fomos de classe executiva e tivemos acompanhamento até dentro da aeronave. Foram duas horas de viagem e de lições do swami que estava inspirado.
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