Prato”
“Prato é uma comuna italiana da região da Toscana, província de Prato, com cerca de 170.388 habitantes. Estende-se por uma área de 97 km², tendo uma densidade populacional de 1757 hab/km². Faz fronteira com Agliana (PT), Calenzano (FI), Campi Bisenzio (FI), Carmignano, Montemurlo, Poggio a Caiano, Quarrata (PT).
Vaiano (PO).”
No ano de 2001, recebemos um convite para sermos padrinho de casamento de uma amiga na cidade de Prato, Itália, Toscana, muito próxima a Firenze.
Imediatamente aceitamos o convite, seria no verão, com recepção na casa dos noivos onde ficaríamos hospedados.
Bom após aceitar sem pensar, iniciamos os preparativos, roteiro de viagem e até o traje do casamento.
Tudo foi muito fácil, o que me preocupava era o meu traje, pois não queria errar. Afinal seríamos os padrinhos e estaríamos representando os Brasil naquele altar!
Meu filho na época com 3 anos, foi vestido de terno como manda o figurino, meu marido idem, mas e eu ??
Na dúvida procurei uma famosa estilista (a qual não citarei o nome para não constrangê-la e nem expô-la) coloquei a situação e fiquei tranquila. Aceitei a proposta da roupa sem me preocupar além de todas as recomendações.
A moda na época era saia curta e Balonê, com blusas tipo corseletes, sendo primavera a cor era amarelo e roxo, liso e a blusa num floral seguindo os mesmos tons.
Tivemos várias provas e realmente o conjunto estava lindo.
Antes da chegada passeamos pela Toscana, ficamos uns dias em Firenze e acredito, viajamos quase 1 mês, passando por Luca, Carrara e outras localidades, como sempre andamos muito.
Como meu filho era um bebe alugamos um carro tipo station-wagon ultimo tipo, onde o banco traseiro corria para frente e fazia um verdadeiro berço. Foi perfeito, ele ia seguro e brincando atrás sem perigo.
E ai que segue nossa história…
Durante a viagem tivemos varias batidinhas no carro que num novo material (Fiber Glass) ao invés de amassar, os pedaços iam caindo, formando alguns buracos nos lugares das batidas, que foram umas 3 ou 4 .
O acidente mais trágico foi quando chegando a Genova, meu marido, que adora vistas, olhou e disse que lindo! Eu falei.
-Olha o trânsito!
Ele parou e o carro de trás entrou em cheio no nosso carro. Neste momento o trânsito parou. Descemos, tranquilizei meu bebe, que sempre foi um anjo, e a discussão iniciou entre os carros engavetados atrás do nosso.
Imagina um Italiano nervoso gesticulando e brigando no meio da rodovia com o carro em pedaços.
Uma tragédia se não tivesse acabado quase em comédia.
O Italiano do carro da frente olhou e disse.
Niente!
Entrou no carro e foi embora.
Gesticulou bravamente meu marido olhou para nosso carro aos pedaços e falou
– Niente!.
Entrou no carro e fomos embora.
Mas nestas alturas era mais um pedaço do carro que ficava no chão.
Não me lembro de onde dormimos nesta noite, mas no hotel pedimos fita crepe e começamos remendar o carro rindo muito, para não ventar no Bebe.
Após alguns dias chegamos a Prato.
Paramos para almoçar em uma colina, no restaurante chamado Mario, onde comemos a melhor pasta com Tufas negras. Até hoje, jamais esquecemos e até voltamos em outra ocasião, mas o prato da comuna de Prato, só tem na época das trufas negra é claro! (frustração).
Ligamos para nossos amigos que foram nos encontrar, almoçamos e fomos para a casa do casal.
A casa era um sonho e como muitas casas da região, era tombada, e nas paredes tinham afrescos maravilhosos, que para os moradores era um problema pois a obrigação e conservá-los.
No quintal uma horta com tomates, parreiras e frutas. Tudo isso era cuidado pelo pai do noivo, dizia minha amiga.
Admirei-o mas não o conheci.
A festa seria neste local da casa, no jardim.
À noite estávamos cansados e minha amiga nos ofereceu o quarto do pai do noivo, fiquei acanhada, em estar ocupando o quarto masters da casa, mas ela fez questão e eu aceitei.
Durante a noite como tenho o Olfato desenvolvido, não consegui dormir pois eu sentia cheiro de gente, fiquei incomodada aguardei amanhecer e como tínhamos liberdade falei.
– “Amiga”, você tem maquina de lavar?
– Tenho.
-Então vou lavar as roupas de cama para ficar mais fresca.
Ela então falou.
– Ah desculpe! Estamos atordoados com o casamento e nem lavei os lençóis que meu sogro estava dormindo quando morreu no sábado passado.
Meu Deus!
E agora?
O negócio era lavar e dormir sem pensar em nada.
Passamos 3 dias maravilhosos rindo passeando e o noivo muito gentil arrumou um mecânico que deu mais ajeitada ou remendada em nosso carro.
Estamos preocupados, pois apesar de ter feito seguro o carro estava um lixo, planejávamos saídas para esta situação, pois achávamos que a agencia de aluguel de carros, não aceitaria o carro como estava e teríamos que arcar com uma nota preta.
No dia do casamento, fomos nos arrumar e quando eu coloquei minha roupa, e olhei o espelho, dei-me conta, que o uniforme da guarda do vaticano era igual a saia do meu conjuntinho feito pela estilista
Madona! E agora?
Não restaram dúvidas, saímos todos para a igreja a pé, pela cidade, noiva padrinhos e madrinhas e convidados.
É a tradição.
Como as ruas são muito estreitas e a passagem de carros difícil , e estacionamento não há, todos os casamentos acontecem assim , vão todos a pé , conversando rindo e contando historias, é muito interessante e agradável.
Quando alguém falava de meu traje como um elogio, eu dizia homenagem a Itália .
Passou, mas não foi fácil.
A festa foi uma alegria, todos ajudam falam dançam cantam é muito divertido.
Saímos de Prato e iniciamos nossa volta.
Em Paris fomos entregar o carro, numa aflição medonha, e qual foi nossa surpresa?
O rapaz simplesmente examinou o carro, olhou o seguro e disse:
-Nienti!!.